circuloperfeito

um olhar sobre as coisas que passam

sábado, janeiro 29, 2005

Indignação!

A Câmara Municipal de Celorico de Basto vai processar o INE por causa do baixo valor do poder de compra do concelho. De acordo com o Expresso e citando o vice-presidente da câmara «Temos informações segundo as quais falsearam o nosso indicador global em quatro pontos percentuais abaixo do real». Ainda de acordo com o mesmo autarca se «fizessem uma leitura correcta de todas as variantes, subiríamos uns quatro pontos percentuais, deixando talvez os últimos dez lugares do ranking».Partindo de uma base 100 (poder de compra médio em Portugal), o INE atribuiu a Celorico de Basto um poder de compra per capita de 41,77, o que o coloca na 308ª e última posição do ranking, sendo 6,6 vezes inferior ao do município melhor posicionado no ranking, que é Lisboa, com 277 por cento da média nacional.De acordo com o INE, o IPC é um indicador produzido a partir de um conjunto de variáveis nomeadamente: Imposto sobre veículos, Consumo doméstico de electricidade, N.º telefones fixos, N.º de acessos RDIS básicos, N.º de pessoas ao serviço nas empresas de comércio a retalho, N.º de automóveis ligeiros de passageiros, vendidos e registados nos concelhos, Crédito à habitação (stock) concedido em estabelecimentos de crédito localizados nos concelhos, Rendas de habitação, Valor dos levantamentos em caixas multibanco, N.º de outras operações em caixas multibanco, IRS liquidado segundo o concelho de residência do contribuinte, Rendimento colectável para efeitos de IRS segundo o concelho de residência do contribuinte, Contribuição Predial Autárquica, SISA, População divorciada, População com 21 ou mais anos com ensino superior concluído, Densidade populacional (como indicador do grau de urbanização dos concelhos), Número de empresas de alojamento e restauração e Hóspedes totais nos estabelecimentos hoteleiros.
Duas notas sobre esta história. Por um lado não se mata o mensageiro por trazer más notícias. Por outro lado, trinta anos de democracia e quase vinte de fundos estruturais europeus não conseguiram evitar estas assimetrias de desenvolvimento (quase sete vezes!).